Doce Veneno

Marquei minhas digitais

Em tua pele,

Com meu veneno.

Ferindo-te aos poucos,

Deixei minhas úlceras

Consumirem teu corpo

E agora,

Esse teu corpo fétido

Jaz no túmulo

Criado entre meus dedos.

E eu (?)

Mato-me cotidianamente

Por lembrar que matei

A mulher mais desejada

E mais amada por mim.

Matei simplesmente por não

Querer conhecê-la, e

Ferindo-a fui

Dia após dia com

Meu doce veneno.


Poema de Eliza Menezes


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